O SEXO NA CONJUGALIDADE VIOLENTA

 No Brasil, desde os anos 80, vários estudos abordam a questão da violência doméstica e conjugal, com base no trabalho das instituições policiais e jurídicas, principalmente através das Delegacias Especializadas no Atendimento às Mulheres (DEAMs). 

        A degradação crescente da relação se refletiu igualmente na qualidade das relações sexuais, transformando a cama em um campo de batalha, em alguns casos. Para a maioria, o sexo é um dos motivos mais freqüentes para que a violência se instale.

        A relação sexual ocorre muitas vezes, sob forma de coerção “naturalizada” ou com “cláusula” prevista no contexto das obrigações conjugais. Isso ocorre quando o parceiro quer e insiste em transar com sua esposa, forçando-a para o ato.

         De modo geral, quando os homens bebem, apesar das mulheres tentarem resistir, “dizendo não”, acabam “cedendo” a relação sexual, por temerem a agressão física ou acusações de infidelidades. A violência física, de fato, exacerba quando essas mulheres negam o sexo como uma obrigação conjugal.

      Destacamos que o “consentimento” ao sexo não desejado, com o tempo, se caracteriza em situações de opressão (nojo) que repulsa em situações similares às relações ao estupro cruento, pois essas mulheres se sentem sujas, usadas, humilhadas...

     Infelizmente, as mulheres que passam por essa situação, não fazem denúncia prévia as Delegacias Especializadas no Atendimento às Mulheres (DEAMs) e por isso, o sexo cedido ou sob resistência é recorrente, mas pouco nomeado como violência.

Não seja protagonista. Sexo forçado é crime. Denuncie.!

Referência.: Soares BM. Mulheres invisíveis: violência conjulgal e as novas políticas de segurança. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; 2009