Os dados sobre a violência em Cachoeiro ainda demonstravam uma triste realidade.
Quase todos os dias há queixas nas delegacias e casos na mídia, que registram algum tipo de agressão cometida pelo companheiro. Em Cachoeiro, somente no ano passado, 317 mulheres foram atendidas pelo programa da Secretaria de Desenvolvimento Social “SOS Mulher”. A coordenadora de política de gênero, Karina Tannure, explica que essas mulheres são encaminhadas pelo poder jurídico ou chegam ao atendimento espontâneamente. “Nesses casos, orientamos a vítima a procurar a Delegacia da Mulher, para registrar a ocorrência”, disse Karina.
Mas, apesar dos números preocupantes, no ano passado, segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal, o serviço de denúncia “Ligue 180”, registrou alta de 112% de janeiro a julho, na comparação com o mesmo período de 2009.
Em 2010, um estudo realizado pela Secretaria mostrou que o Espírito Santo foi o 8º no ranking dos que mais receberam ligações, levando em consideração a proporção do número de mulheres por território.
Karina, explica que o programa municipal, que já funciona há dois anos, auxilia tanto as vítimas de violência doméstica quanto a família com tratamento psicossocial, já que, segundo ela, antes, o tratamento não era específico, inadequado às normas do Ministério de Desenvolvimento Social.
Além disso, o sistema orienta as mulheres em um plano de defesa, conhecendo o perfil do agressor e buscando meios para que ela se proteja, em casos mais brandos, em que só há ameaças. Já nos casos de tentativa de homicídio, a coordenadora diz que esse tipo ocorrência é responsabilidade do Ministério Público, que irá investigar o caso.
De acordo com a coordenadora, a sociedade ainda impõe tabus sobre um futuro incerto da mulher a partir da denúncia, por vergonha ou preconceito. Apesar disso, o programa procura desmistificar essas histórias. “Muitas vítimas ainda resistem em denunciar o agressor com receio de ameaças em perder a guarda dos filhos ou ficar sem a pensão”, explica Karina, ao dizer que diversas mulheres desistem de continuar no programa e, em alguns casos, voltam a ser vítimas de violência.
Referência: Online.Jornalfato.com.br /geral Cachoeiro de Itapemirim - ES junto com a Secretaria de Desenvolvimento Social “SOS Mulher de Cachoeiro de Itapemirim - ES
Nenhum comentário:
Postar um comentário